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Buzzfeed: A História Secreta Por Trás do Album Perdido da Britney


Peter

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O Buzzfeed postou esse artigo hoje, e embora já saibamos de várias coisas, tem algumas informações interessantes sobre músicas e o processo de gravação que eu pelo menos nunca tinha ouvido. O artigo é enorme então traduzi só as partes que julguei mais interessantes, mas pra quem quiser ler tudo (coisa que nem eu consegui direito) tá aí o original:

http://www.buzzfeed.com/hunterschwarz/britney-spears-original-doll-secret-history-lost-album

Os escritórios da KIIS-FM em Burbank, California estavam praticamente desertos no dia que Britney Spears ligou. Era dezembro de 2004, véspera de ano novo, e Jesse Lozano estava substituindo o apresentador fixo, que estava de férias. "Britney Spears está na linha", disseram pra ela. "Ela diz que quer tocar sua nova música."
Lozano achou que fosse um trote. "Você geralmente não acredita nessas coisas," ele contou ao BuzzFeed em março. Mas uma hora depois, a cantora estava do lado de fora da estação com um guarda-costas, seu chihuahua, e, Lozano lembra, descalça. "Ela tinha um CD com ela e disse 'Podemos tocar no ar?'"
"Britney Spears ao vivo no estúdio! Você teve que fazer um trajeto super-secreto da CIA da sua casa até Burbank pra não ser seguida?" ele perguntou.
"Não!"
"Eu não vi ninguém la fora."
"Eu sei! É demais."
(…)
Foi a primeira e última vez que "Mona Lisa" seria tocada na rádio. Um representante da Jive, sua gravadora, disse pra Billboard uma semana depois que a música não seria enviada às rádios, e que "não há nenhum álbum agendado no momento." Eles, no entanto, notaram que Spears estava "em estúdio trabalhando em novo material".
Hoje, nossas pop stars costumam ser abertas e imperfeitas (…), mas Spears não tinha uma conta no Twitter para desabafar ou uma pagina do Soundcloud para postar suas músicas, porém por um curto espaço de tempo, ela conseguiu driblar essas barreiras para dizer ao público o que ela pensava. Ela fora muito criticada por ser um marionete, mas Original Doll foi sua tentativa de cortar as cordas.
(…)
Com o passar dos anos, fás fizeram suas próprias capas e tracklists com base em b-sides e faixas vazadas. (…) Porém, vários ex-funcionários da Jive disseram ao Buzzfeed que ninguém tinha conhecimento do álbum, e uma fonte que trabalhou com Britney na época disse que Original Doll nunca foi um projeto oficial; qualquer coisa que ela tenha dito sobre isso era apenas ela falando sobre seus planos.
(…)
O recente término com Justin Timberlake inspirou diversas músicas que ela escreveu na época, disse [Michelle] Bell. (…) A compositora Angela Hunte, que co-escreveu 'Do Somethin'", se lembra de uma sessão em 2002 num estúdio de Nova York que a Jive costumava alugar para seus artistas, e Timberlake também estava no prédio ensaiando para uma performance de alguma premiação.
"Nós não podíamos exatamente ouvi-lo, mas você conseguia ouvir a música, a voz," Angela disse. "Ela ficou um pouco irritada com isso. Aí ela veio e era como se nada tivesse acontecido e começamos a gravar e ela foi completamente profissional do começo ao fim."
"Everytime" foi descrita como a resposta de Britney para "Cry Me A River" (…) Bell dissera para ela que tinha amado a música, mas Spears estava hesitante em cantá-la para seu A&R, o funcionário da gravadora que decide quais faixas entram para o álbum.
"Ela disse que ninguém a ouvia", disse Bell. "Ela só queria alguém que dissesse 'eu acredito em você por trás dessa máquina do pop.'" Britney e Bell passaram a ter um bom relacionamento e a dupla trabalhou em várias canções juntas. "Depois de um tempo, ela meio que confiou em mim," ela disse. Uma música que elas escreveram durante as sessões de 2002, chamada "Look Who's Talking", era sobre Timberlake mas continha referências que só ele e Britney entenderiam.
"Aquela música era totalmente sobre ele," Bell disse. "Foi meio… vamos deixar nas entrelinhas. 'Ele vai saber do que eu estou falando, mas o resto do mundo não'".
Spears queria experimentar com seu som. (…) "Falling" tinha influências country. (…) Em "Take Off", ela cantava sobre tolerância, amor e paz. Bell chamou da versão de Britney de "Black Or White" do Michael Jackson. "Era sobre ser tolerante com os gays. Gays, discriminação, basicamente amar a si mesmo e se sentir conectado," Bell disse. "Era a frente de Lady Gaga. Acho que as pessoas teriam olhado pra ela e visto que ela tinha algo a dizer. Era a frente de seu tempo. Ela falava da guerra e de como era errado." Em 2013, Bell postou algumas letras da faixa: “They say get ready for the revolution / I think we oughta find some sorta solution.”
Mas a Jive não estava impressionada. "Acho que eles acharam que estavam distante da marca dela." Ela chamou o In The Zone da "versão filtrada do Original Doll, ou a versão pop dele.
Mas em 2004 (…), Britney não queria estar em tour. Ela costumava pular as passagens de som, e não parecia estar se dedicando totalmente às performances; apenas uma música das 16 na setlist parecia não ser dublada. (…) Foi também nessa época que Spears trouxe 'Mona Lisa' para a passagem de som antes de um de seus shows, disse Stephanie Alexander, backing vocal da tour. Ela cantou a capella e a banda pensou num arranjo. Ela disse que queria gravá-la e lançá-la como um single.
Eles ajeitaram e aperfeiçoaram a música ao longo de várias passagens de som. Spears disse que ela queria canto gregoriano, o que Alexander achou interessante porque "Cry Me A River" também possuía canto gregoriano. Ela notou as semelhanças na bridge das duas músicas. "Eu definitivamente acho que ela estava respondendo a Cry Me A River".
Apesar de Britney nunca ter conversado com as backing vocals ou sua banda sobre o significado da música, Alexander disse que ela interpretou como uma música sobre "uma mulher maravilhosa e excepcional a qual não deram valor e que no final acaba se auto destruindo."
(…)
Alexander diz se lembrar vagamente de outra música que Britney trouxera para a tour, mas não tem certeza. "Não posso dizer ao certo se minha mente está inventando coisas ou se havia mesmo mais uma música", ela disse.
(…)
Quando Britney levou "Mona Lisa" à KIIS-FM, todos os sinais levavam a crer que ela estava se rebelando e fazendo as coisas sem o conhecimento de sua gravadora. Lançamentos de singles costumam ser muito mais planejados do que apenas ligar para uma rádio no dia, e ninguém envolvido na composição ou gravação da música havia sido pago ainda, disse Alexander.
(…) a única outra música conhecida que Britney gravou nesse período foi Someday (I Wil Understand)." Escrita em 2005, duas semanas antes dela descobrir que estava grávida de seu primeiro filho com Federline, Spears a chamou de uma "profecia" em Chaotic.
"Pra gente parecia muito óbvio sobre o que se tratava a canção - maternidade - mas não havia nada fisicamente que indicasse que Britney estava grávida durante as sessões", disse Sean McGhee, técnico que mixou e programou a música, disse em um email. "Nós não perguntamos nada pra ela, porque não queríamos nos intrometer, mas quando saiu a notícia algumas semanas depois, não foi muita surpresa."
Assim como "Everytime", a balada etérea fora escrita por Britney num piano e produzida por Guy Sigsworth, que havia trabalhado com Björk e Madonna e era metade da dupla Frou Frou. McGhee disse que ficou impressionado com as habilidades de Britney. "Acho que é bem difícil escrever algo como Someday sem soar piegas," ela disse. "Muitos compositores de música pop encontrariam dificuldade para escrever sobre isso de uma forma sensível e pessoal, mas a Britney escreveu algo muito bonito. Ótima melodia, ótimas letras, mas ainda assim totalmente pop, e totalmente ela. Bem mais difícil do que parece."
McGhee disse não ter sido informado se a música seria um single solto ou parte de algum projeto. "Se havia um contexto maior na época, eu não estava ciente disse", ele disse, apesar de se lembrar que "Mona Lisa" fora "citada por um dos executivos da sua gravadora como uma mudança na sonoridade de Britney".
"Álbums perdidos" - ou adiados por muito tempo - são acompanhados de expectativas impossíveis de serem atingidas - o mito por trás deles podem, com o tempo, acabar sendo maior do que a música realmente teria sido. (…) No final das contas, o EP Chaotic é o mais perto que temos do que Original Doll poderia ter sido, já que é a única coleção de músicas inéditas lançada entre a entrevista de "Mona Lisa" em 2004 e Blackout em 2007. Spears disse para a KIIS-FM que ela já tinha terminado metade do álbum, mas não ficou claro se ela quis dizer que já tinha gravado metade do álbum em si ou se ela só tinha idéias suficientes pra metade de um álbum escritas em algum lugar. Se há músicas gravadas nesse período que nunca foram lançadas ou vazadas, talvez nunca saibamos.
Os produtores que trabalharam com ela nessa época, Bloodshy & Avant e Guy Sigsworth, se recusaram a comentar, e Bell, que vazou algumas faixas em seu Tumblr em 2012, disse que recebeu a ligação de alguém da gravadora pedindo-a para parar. "Se eles podem lucrar em cima das músicas mais pra frente, eles não querem ninguém as distribuindo de graça," ela disse. Spears não estava disponível para uma entrevista, e seu empresário, Larry Rudolph, se recusou a responder nossas perguntas. "Não vou apoiar, comentar ou fornecer qualquer informação para uma história de merda sem qualquer embasamento concreto", ele disse em um email.
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